Sabe,
Quando
comecei a ler livros e a me interessar por poesia, por literatura em geral, fui
habituada, como a maioria de nós, a ver os escritores como deuses inatingíveis,
insuperáveis, intocáveis. Tão grandes eram que a nós cabia somente contemplar a
beleza ou perfeição de suas obras.
Obviamente eu
amo e contemplo vários desses “monstros” da literatura. Gênios. Fantásticos.
Mas... Nas incontáveis e nada esporádicas viagens para fora das aulas de
literatura e redação, eu pensava: será que aqui, nesta sala, existe algum
futuro grande escritor ou escritora? Será que escrever é tão raro e inacessível
que isso não pode brotar de um de nós aqui, meros alunos?
Esse questionamento me acompanha desde então. E junto com ele caminha a descoberta mais bonita da minha vida: a de que a POESIA é um sentimento, uma MOTIVAÇÃO, e o tal do POEMA é o TEXTO (quaisquer que sejam as formas por ele assumidas). Esse, claro, é um entre mil conceitos. Mas é o que me afetou, atingiu-me, flertou comigo, apropriou-se de mim, deste coração.
Esse questionamento me acompanha desde então. E junto com ele caminha a descoberta mais bonita da minha vida: a de que a POESIA é um sentimento, uma MOTIVAÇÃO, e o tal do POEMA é o TEXTO (quaisquer que sejam as formas por ele assumidas). Esse, claro, é um entre mil conceitos. Mas é o que me afetou, atingiu-me, flertou comigo, apropriou-se de mim, deste coração.
Feita essa
descoberta, abre-se um espectro de possibilidades, de leituras do mundo, de nós
e dos outros. E é exatamente nessas possibilidades que o escrever acontece, porque existe
a MOTIVAÇÃO.
Não sou um
“monstro” da literatura, nem pretendo sê-lo. Mas sou poeta. E também quero ser
poesia. Viva. Enxergo poesia em cada um(a) que passa por mim. Vejo poesia em
cada um que diz “não sei escrever”. Todos sabemos. Posso garantir que sim.
Quando dizem
que eu deveria escrever mais, eu concordo. Deveria mesmo. Especialmente porque
me faz um enorme bem. E quando esse bem transcende aos outros, quando ouço um
“seu texto me fez bem”, “seu texto falou ao meu coração”, é lindo. É
suficiente.
A poesia é
uma motivação escondida em cada um(a) de nós. O texto, no entanto, em suas
infinitas formas e possibilidades, é uma DECISÃO.
Abaixo, um
poema de minha autoria, escrito num guardanapo, num dia chuvoso e regado de
amigos em Belo Horizonte, no dia 8 de dezembro de 2008, em que reflito um pouco
sobre essa DECISÃO:
Porque sou poeta
Eu não sei
de onde vêm os sonhos
Não entendo
muito sobre mistérios
Sei apenas
sentí-los:
Doce
essência
Que só
conheço por viver.
Presença
afável do Infinito
Que se
revela em cada linha
Que desenho,
percorro, movo, páro, desejo.
Caminhos...
Porque sou
poeta, canto
Porque sou
poeta, a cada minuto
Desejo,
sincero,
Tocar a
beleza das coisas...
Porque sou
poeta, sou prece
Que a prece
realize dentro de mim
E no mundo
toda mudança necessária.
Porque sou
poeta, amo:
Tudo aquilo
que, de dentro de mim,
Exala
ternura que vai ao outro
E volta para
mim...
Só sonho
porque assim sou
Porque a
verdade
É capaz de
me libertar
Porque a
razão
É capaz de
clarear
Porque a
vida
Me faz
viver.
Amo em tudo
quanto faço,
sofro,
luto,
vibro,
celebro.
VIVO!
Eu acredito naqueles que escrevem, pois são esses os que dão voz à alma. Escrever por prazer, por lazer, por escrever; um dom delicioso de se apreciar. Ótimo artigo ��
ResponderExcluirMuito bom. Deveria mesmo escrever mais, Melissa.
ResponderExcluirUma declaração de amor à vida e à poesia,
Ser poeta "é ter fome, é ter sede de Infinito!" (Florbela Espanca)
Abraços